Camilo Santana entrega Medalha da Abolição a seis
personalidades
No evento,
Camilo Santana destacou que a premiação dermarca os 133 anos de abolição da
escravatura no Ceará - 4 anos antes da assinatura da Lei Áurea. De acordo com o
governador, esta é a forma de reconhecer o trabalho de pessoas nascidas ou
criadas no Ceará que vêm ao longo do tempo favorecendo o desenvolvimento do
Estado. "Não tenho dúvida que as escolhas desse ano são pessoas que deram
e dão grandes contribuições para um Ceará mais cheio de oportunidades",
reforça.
A professora
Luiza de Teodoro, representada na cerimônia por um de seus alunos, Eduardo
Loureiro Júnior, foi a primeira a receber a condecoração. Ausente devido um
problema de saúde, ela enviou um áudio com o discurso de agradecimento. No
pronunciamento, Luiza, que é formada em História e autora de livros como
"Cartilha da Ana e do Zé" e "Um Certo Planeta Azul", usados
na alfabetização de estudantes, destacou a relevância do magistério e a
reponsabilidade do exercício desta atividade profissional. Na rede estadual de
ensino do Ceará, a professora dá nome a uma Escola de Educação Profissional,
localizada em Pacatuba.
O músico,
historiador, escritor e produtor cultural, Francisco Alemberg de Souza Lima, o
"Alemberg Quindins" foi o segundo agraciado da noite. Nascido no
Crato, ele desenvolve no município de Nova Olinda, um renomado projeto
educacional: a Fundação Casa Grande – Memorial do Homem Kariri. Na premiação,
Alemberg agradeceu o reconhecimento e ressaltou que segue empenhado na missão
de democratizar o conhecimento no sertão nordestino, pois, segundo ele, "o
que mais o brasileiro carece é de conteúdo. Para conhecer suas origens e se
formar".
O terceiro
contemplado foi o psicanalista Valton Miranda Leitão. Natural de Teresina (PI),
ele mudou-se para Fortaleza ainda criança. Formado pela Universidade Federal do
Ceará (UFC), Valton é referência em sua área de trabalho. Dentre outras
competências, integra o Grupo de Estudos Psicanalíticos de Fortaleza, filiado à
Associação Internacional de Psicanálise (Londres). Durante os anos de Ditadura Militar
no Brasil, o psicanalista lutou clandestinamente contra o regime, participando
de várias organizações políticas. Na solenidade, em seu discurso de
agradecimento, Valton destacou questões políticas atuais e manifestou sua
insatisfação com o Governo Federal. "O país está comprometido e somente um
governo do povo, saído do povo pode salvar este país. Precisamos de um projeto
de transformação", destacou.
O economista e
empresário cearense Carlos Francisco Ribeiro Jereissati, presidente do Grupo
Jereissati e à frente das empresas Iguatemi Empresa de Shoppings Centers,
Grande Moinho Cearense e Contax pelo Brasil foi o quarto premiado. Em um breve
pronunciamento, Carlos agradeceu a escolha de seu nome e reforçou a gratidão
sentida por quem no decorrer de sua carreira tem lhe auxiliado. Um
agradecimento especial foi feito à sua primeira professora, segundo ele,
pessoal fundamental no seu processo de aprendizagem.
A quinta
medalha foi concedida ao jurista Napoleão
Nunes Maia Filho. Natural do município de Limoeiro do Norte, ele é
atualmente ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Magistrado de
atuações marcantes, Napoleão é bacharel e mestre em Direito pela UFC. No Ceará
já foi procurador do Estado, juiz do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará e
juiz do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (sede em Recife). "Nesse
dia, comemoramos a libertação de pessoas que foram comprimidas pelas condições
sociais adversas e eu tenho procurado fazer na jurisdição a inclusão de pessoas
que até hoje são excluídas", garantiu.
O ex-ministro
Ciro Ferreira Gomes foi o sexto homenageado a receber da Medalha da Abolição.
Nascido em Pindamonhangaba (SP), Ciro se radicou em Sobral (CE), em 1962. Formado em Direito pela UFC, Ciro já
ocupou diversos cargos na gestão pública, dentre eles: deputado, prefeito de
Fortaleza, secretário estadual da saúde, governador do Ceará e ministro da
Fazenda e da integração Nacional em duas gestões distintas do Governo Federal.
O ex-ministro aproveitou a solenidade, para criticar o atual momento político
do país e realçou que "o Brasil vive o encontro perverso da crise
econômica com a crise política e é preciso que aqueles que podem lembrem-se de
lutar pelo país".
Estiveram
presentes também na ocasião, dentre outras autoridades, a vice-governadora,
Izolda Cela; o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, Zezinho
Albuquerque; o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio; o presidente da Câmara
Municipal de Fortaleza, Salmito Filho e o presidente do Tribunal de Constas do
Estado (TCE), Edilberto Carlos Pontes Lima.
Os agraciados
foram escolhidos pela Comissão “Medalha da Abolição”, presidida pela Secretária
da Justiça e Cidadania (Sejus). No evento, os homenageados recebem uma medalha
e um certificado. A edição deste ano foi um somatório com 2016, ano em que não
houve a entrega do prêmio.
Diário do Nordeste
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